segunda-feira, 1 de junho de 2009

Meu EU (NaTháLia???) iRreAL

Muitas vezes, eu SOU EU "de verdade". Em muitas atitudes, em diversas palavras, em muitos pensamentos, em vários momentos. Mas mais do que ser e fazer realmente o que sou e quero, sou e faço o que não penso e não concordo.
Por dias e noites fingi ser alguém que não conheço pra ser alguém que "ele" ou "ela" gostem e que algumas pessoas admirem. Me permiti sorrir enquanto queria chorar, e dar tudo de mim quando tudo que eu precisava era ficar no meu cantinho pensando em nada! Fui quem não existe, ou melhor, quem subexiste dentro de mim.
Calar enquanto queria falar, gritar, explodir e perguntar: "Droga, por que você fez isso?", "Por que isso tem que acontecer?" ou até um "Cala a boca", é uma das piores coisas que a Nathália "de mentira" faz. Talvez uma das que mais incomodem. Deixa espaço para perguntas e vontades loucas e inúteis no pensamento.
O processo de dizer SIM ou NÃO é intenso e problemático. Intenso, no sentido de que a maioria de vezes requer tudo de mim. Problemático por que em diversas ocasiões meus "eus" se chocam e fazem uma batalha repercutir por semanas. Na maior parte das situações, o que prevalece é EU que quero ser amada e adorada, "chalerada" e mimada, por isso abdico de mim, de atitudes, de vontades minhas pra dar lugar a Nathália "de mentira", uma pessoa irreal.
Posso até dizer que "aquilo" que eu falei e fiz foi sem querer, por que eu não quis, ou foi a ocasião, ou qualquer outra justificativa para explicar atitudes e vontades da verdadeira Nathália, que na verdade não tem coragem de admitir o que quer e sente. Enfim, o meu irreal é constantemente uma figura que surge da necessidade de se amada (como se todo amor e carinho que me dão não fosse suficiente) e do medo da solidão (essa estúpida e maldita solidão) que me sufoca e destrói!
*Este relato faz parte da montagem do espetáculo "Corpos de Tinta"

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