sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Um pé na cova...infelizmente...

Como todos que trabalham com arte, estamos a beira de um abismo gigantesco...
Há um mês sem espaço para treinos, ensaios e pesquisas estamos num colapso iminente.
Tristeza. Dor. Frustração.
Nada do que fizemos foi em vão mas parece que toda energia empregada em tão singular ofício não dará em nada...
Enquanto recobro as forças para acreditar, ter fé, seguimos o acaso.
É o estado da arte aqui...!?

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

APRESENTAÇÃO!!!

A Móbile Cia. Experimental de Dança participa do Encontro Humanístico.
Se apresenta no Hall do CCH/UFMA no dia 18 (quarta feira) às 16h.
Contamos com vossas presença...

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Apresentações

QUARTA (28/10/09) - Praia Grande das Artes - a partir das 20hrs na praça Nauro Machado no Projeto Reviver (Trecho do espetáculo pRe (s)Sente)
QUINTA(29/10/09) - Mostra Sesc Guajajaras Às 18hrs na praça Deodoro (Trecho do espetáculo pRe (s)Sente ). Praia Grande das Artes às 20hrs na praça Nauro Machado no Projeto Reviver (Coreografia Entre Laços)

Esperamos por você!

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

OS LIMITES DO CORPO E DA PERSONALIDADE: linhas reais ou imaginárias?



Considero impossível entender limite como um fim. Apesar de não raras vezes eu ter me comportado assim em vários campos da existência.
Hoje vejo que, no mínimo, limite deveria ser (ou é) apenas uma linha imaginária que separa o conhecido do desconhecido. Atravessá-la dá medo, afinal, como não temer o que nem se sabe o que é? Difícil. Porém não impossível.
O próprio fato de estar vivo, em minha opinião, deviria implicar em estar disponível às experiências que o meio tem a oferecer, obviamente tendo consciência e o discernimento do que pode se configurar negativo.
Mas voltando à questão primordial: os limites são reais ou imaginários? Em se tratando de corpo e personalidade, a primeira vista poder-se-ia dizer que ambos os adjetivos correspondem à realidade: podem se configurar reais ao tratar o corpo como seu objeto e podem ser imaginários quando se trata da personalidade. Porém é uma afirmação simplista demais.
Na tentativa de mergulhar o mais fundo possível nesta reflexão ouso afirmar que cada “situação-limite” compreende uma face real e outra imaginária. Na verdade a primeira reação diante de uma situação nova ou conflitante é pensar negativamente, (não sei ou não consigo), sem analisar até que ponto isto tem correspondência com a realidade, configura-se aí um limite imaginário imposto geralmente pela autoproteção. A face real do mesmo evento é quando se constata, após reflexão, que de fato aquele é um ponto de onde não se dá mais para avançar, por quaisquer motivos, sejam eles éticos ou físicos.
É necessário aprender a reconhecer quando o real parece imaginário e vice-versa e mais ainda discernir um limite temporário de um permanente. Afinal, nem tudo que é, é pra sempre. A maioria das coisas pode ser retificada, pois o futuro é uma construção que parte do presente se utilizando de elementos do passado.
Retornando aos motivos pelos quais não se ultrapassa um limite, destaco que eles variam de sujeito pra sujeito, não tem pra onde correr; não há como comparar. Tanto porque os corpos são diferentes quanto porque a bagagem psíquica também o é.
Ultrapassar essa linha depende de uma motivação que é muito pessoal, mesmo quando há colaboração de pessoas ou fatores externos, depende do próprio sujeito se dar conta, enxergar qual é o limite de fato e querer ir adiante e além dele.
Contextualizar os limites do sujeito na profissão em questão é um caminho duplamente sôfrego, tortuoso. Pois o ofício do bailarino comporta a atividade física e a arte, indissociavelmente. Porém antes de seguir com este raciocínio, compartilho as palavras de Ek:

“O que é a dança? Se alguém responder a essa pergunta não é uma pessoa confiável. Mas, de qualquer maneira, deixem-me tentar. A dança é pensar com o corpo. E será necessário pensar com o corpo? Talvez não para sobreviver, mas sim para viver. Há tantos pensamentos que apenas podem passar pelo corpo. Coisas como a paz poderão ser bem mais importantes que a dança, porém, precisamos da dança para celebrar a paz. E para exorcizar os demónio da guerra, tal como o fez Nijinsky. A anarquista, Emma Goldman, talvez o tenha dito da melhor maneira: não vale a pena lutar por uma revolução que não me permita dançar. O deus Shiva criou o universo com a sua dança. Mas a dança é o oposto de todas as pretensões divinas. A dança é uma eterna tentativa, tal como escrever na água. A dança não é a vida, mas mantém vivas todas as pequenas coisas que constituem a grande coisa.” (Mats Ek, coreógrafo sueco, filho de uma famosa coreógrafa, Brigit Cullberg. http://infinito-pessoal.blogspot.com/2007/04/o-que-dana.html)

“A dança é uma eterna tentativa” assim como viver. Todos os dias testamos nossos limites em todos os âmbitos da vida, pessoal e profissionalmente na tentativa de chegar onde precisamos ou queremos chegar. Por que dançando teria que ser diferente? Esta pergunta se torna mais capciosa quando lembramos que a encaramos como profissão. Saliento aqui a diferença colocada acima entre limite real e o imaginário: não defendo que deve-se somente ir a diante, é preciso ponderar, afinal os limites existem, o que precisamos fazer é reconhecê-los verdadeiramente e não sob uma falsa lente de aumento ou diminuição.
Por exemplo: a dor em si mesma não é limitadora, é um mecanismo de reconhecimento da amplitude de movimento de determinada parte do corpo. O que faz a diferença é como reagir à dor. Senti-la e suportá-la não é suficiente. Há que procurar suas causas, tratá-la e suplantá-la para novamente seguir em busca do movimento que ela impediu.
No campo subjetivo é mais difícil lidar com os limites, principalmente com os dos outros, pois corremos o risco de ser autoritários, egoístas ou incompreensíveis, então, mais do que nunca é importante a busca individual em ultrapassá-lo, principalmente em se tratando de um intérprete.
Segundo o dicionário Aurélio interpretar é “explicar, explanar ou aclarar o sentido de”. Como explicar através do movimento uma idéia (de um coreógrafo ou diretor) com a qual você não concorda? Fazemos isso em “pre (s)Sente”. Simples. Mas quando chegarmos à composição de “Corpos de tinta”, como lidar com idéias divergentes acerca do tabu e da sexualidade, que são temas mais delicados? Será possível dividir a personalidade sendo ético em relação aos seus valores, separadamente do profissional que obedece às necessidades do seu ofício?
Não acho que isto seja possível. Acho que a personalidade é uma só, ética em si mesma, e dialeticamente fiel a si mesma. Por isso considero que para ser um intérprete, é necessário ser (e não estar) desnudo, principalmente dos limites éticos a partir da visão dos outros. Ser liberto da propriedade do próprio corpo, pois este é um instrumento; é o canal principal por onde todos os signos (que são os movimentos) vão comunicar algo a alguém. No fundo é um “dispor-se a”. Em minha opinião é o mínimo que qualquer interpretação precisa, um ser disposto a mergulhar nela.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Olha eu de novo...

Senti necessidade, não de dizer porque já disse, ainda que em entrelinhas, de registrar afé que tenho em nós e em nosso trabalho.
No começo tive esperança de mais; depois esperança de menos. Hoje tenho apenas fé que tudo vai ser do jeito que tiver de ser e que continuarei tentando aproveitar o que vier da melhor forma possível.
Tomara que nossos sonhos se configurem reais, com aprovação em editais ou não, embora eu concorde que sem eles será tudo um pouco mais difícil...
Bjos a todos que lutam conosco!

domingo, 9 de agosto de 2009

Viver de dança



Ah, a dança!
Amada dança!
Quem me dera viver com, para e dela...
A cor que corre em minhas veias por vezes se perde e jorra invisível quando não há possibilidades de transfigurarme nela.
Pois não só me reconheço nela como sei que se reconhecem nela e no mundo através de mim.
Espero chegar o dia em que consigamos, nós e todos que quiserem, ser Mòbiles dispostos ao seu...

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

MEU PRESENTE

A minha história na criação de “pRE (s)Sente” se construiu a base de medos, indecisões e incerteza. Na verdade, o início de uma série de descobertas que me fizeram transformar meu modo de dança.
Ao começar a fazer aulas de tecido acrobático com Donny, meu corpo e minha mente se abriram a uma nova experiência. Conhecer pessoas, desenvolver capacidades, descobrir os meus limites e ir além deles...
Em janeiro de 2008, comecei a escutar rumores e conversas sobre a criação de um espetáculo de dança contemporânea baseado nas composições de Zeca Baleiro. Logo, me interessei muito. Sempre gostei do Zeca e de suas letras únicas.
Escutei convites, observei atitudes e pensava que realmente o espetáculo tinha tudo pra dar muito certo. Mas, a vontade de dançar junto, de participar dessa obra, de permanecer mais tempo com aquelas pessoas me fazia por muitas vezes ficar triste e desestimulada. Quando Donny me perguntou se eu não estaria disposta a participar, uma questão não antes percebida por mim veio à tona: será que eu sei dançar contemporâneo? Eu vou conseguir acompanhar esses bailarinos que durante muito tempo (praticamente toda a vida) se dedicaram e se desenvolveram nas técnicas do ballet, do contemporâneo, do jazz... Da dança?
Os ensaios começaram a base de empurrões e logo ganharam força total. Comecei a conhecer através da convivência meus amigos companheiros Donny, Odara, Lana, Denise e Milena, uns de modo mais rápido outros gradativamente. Percebi opiniões, vontades, qualidades e defeitos, acertos e erros, inclusive os meus, que antes nem tinha noção.
No crescimento de “pRE (s)Sente” desenvolvi qualidades, (tentei) destrui defeitos e conceitos pré estabelecidos, briguei, falei alto, escutei, dei palpite, chorei escondida, sofri pelo pé on dehor e ainda tento coordená-los na base certa. Enfim, observei sensações, expressei meus sentimentos de forma errada e correta, tentei entender opiniões, aceitar criticas e não me zangar muito.
Por ocasião de o tema solidão ser base das músicas de Zeca, tive que desenvolver uma atitude a esse sentimento. Logo eu, que não aprecio ficar só, quanto menos o silêncio, tive que tentar entender o que eu ia ter que colocar no corpo. Uma palavra, um sentimento tão intenso e que eu nem queria escutar falar. Discutir, pensar, refletir sobre a solidão me fez ampliar meu medo de ficar só e criar coragem para enfrentar meus medos foi uma das coisas mais sábias que fiz.
Inicialmente, a música que mais me chamou atenção foi Tem que acontecer, pela letra marcante e tocante que fala sobre diversos momentos da minha vida. Logo que escutei a frase “Se ninguém tem culpa não se tem condenação, se o que ficou de um grande amor é solidão” me senti extremamente abalada, pois nessa simples frase me encontrei e desenterrei sentimentos escondidos. Ela retrata exatamente o momento pelo qual eu passava nos últimos meses, e que me fazia necessitar de mais e mais carinho. Não sei se Skap me chamou mais atenção pelo fato de ser meu duo com Odara ou pela sua letra que representa a minha busca constante: alguém que me faça parecer menos sozinha, e ser alguém que torne uma pessoa menos só.
Enfim, sei que de “pRE (s)Sente” nasceu uma parte nova em mim, que me fez mudar (espero que pra melhor). Nasceu a Móblie, que amo; e nasceram amizades com pessoas tão lindas e significantes. Agradeço hoje e sempre pelo convite, a Donny e Odara. Espero que eu possa alcançar cada vez mais as expectativas que meus diretores têm. E obrigada pela oportunidade de perceber que eu consigo dançar contemporâneo!


Nathália Soares (NaThY)